Hoje
em dia é comum pensarmos que não há limites para o nosso conhecimento, afinal
de contas, podemos encontrar facilmente a resposta para qualquer dúvida que
surja em nossas cabeças. Basta acessar a internet. O nome de uma cidade
estranha em um país distante, como preparar aquele prato exótico ou as últimas
notícias sobre alguma mulher-fruta qualquer podem ser acessadas com rapidez e
velocidade. Contudo, ainda há muito mais informação na rede do que muita gente
pode imaginar. Isso porque a maioria de nós não acessa a chamada Deep Web,
parte da internet que reúne conteúdos que não são indexados pelos buscadores.
Ou seja, só quem conhece o link exato do site pode acessá-lo. E se há páginas
escondidas, saiba que existe também uma parcela da Deep Web que pode ser ainda
mais “profunda” e misteriosa. Estamos falando da Mariana’s Web. Você já ouviu
falar na parte mais obscura da internet?
O que é Deep Web?
Para
entender a Mariana’s Web é preciso conhecer um pouco do conceito que envolve a
Deep Web, lugar na qual essa parte da rede está inserida. Como explicamos de
maneira mais abrangente neste artigo, o conteúdo da Deep Web é aquele que reúne
páginas e documentos não indexados pelos sites de pesquisa, como o Google ou o
Bing, por exemplo. Essa é a principal definição do termo, que foi criado por
Michael K. Bergman, CEO e cofundador da Structured Dynamics LLC. Ele se refere
a todo aquele conteúdo que não pode ser indexado pelos sites de busca e, dessa
forma, não está disponível diretamente para quem navega na internet. Essas
páginas “secretas” só podem ser acessadas por aplicativos específicos, como o
Tor, por exemplo. Ele conecta você a uma rede chamada “Onion” (Tor, na verdade,
é um acrônimo para “The Onion Router”) que intermedeia o acesso entre o seu PC
e esses sites não indexados. Mas por que essas páginas estão escondidas? Simples:
liberdade de conteúdo. Na Deep Web você encontra todo o tipo de material, desde
coisas relativamente simples, como filmes e livros proibidos em alguns países,
até conteúdos mais pesados, como fóruns para troca de imagens pesadas, compra e
venda de drogas, entre várias outras coisas. Muitos dizem, em fóruns e páginas
amadoras, que a maior parte dos dados online em todo o mundo encontra-se nessa
rede e não é visualizada pela maioria das pessoas comuns. Não há, contudo,
números específicos ou certificados acerca dessa divisão.
As camadas do Tor
Mesmo
que você não saiba nem mesmo fritar um ovo e seja uma negação na cozinha, muito
provavelmente você já viu uma cebola de perto, não é mesmo? Dessa forma, você
deve se lembrar de que o vegetal, quando é descascado, além de fazer a gente
chorar um pouco, também se separa em diversas camadas diferentes. Essa é a
maneira de funcionamento do Tor. Ele trabalha com várias camadas, sendo que
cada uma delas é um roteador diferente. A cada passo, o navegador se conecta a
um deles, que passa as informações de conexão ao próximo e assim por diante.
Com isso, a ideia é deixar o conteúdo supercriptografado “acessível” para você.
E as camadas da Deep Web
O
termo “camada” não se resume somente ao funcionamento de navegação do Tor na
Deep Web. Há quem diga que o próprio “lugar” também apresenta uma divisão em
camadas, trazendo os mais diferentes níveis de acesso – tudo de acordo com o
nível de conhecimento do usuário e o que ele estaria procurando. Na internet
não há informações muito precisas a respeito de tais camadas, de forma que
buscamos algumas na própria Deep Web. Depois de várias “idas e vindas”,
chegamos a uma espécie de consenso, um padrão de divisões que aparece em
diversos fóruns e sites especializados no assunto. Além daquela popular imagem
do iceberg que retrata a Deep Web e todo o seu conteúdo escondido, há outras
mostrando também como funciona essa divisão em camadas. Algumas são até mesmo
um tanto enigmáticas, exibindo o usuário como uma pessoa indefesa e cercada de
camadas de conteúdo malucas e abstratas.
Os três primeiros níveis
você já deve conhecer
Os
três primeiros níveis considerados nesse ranking englobam elementos mais
“normais”, vamos dizer assim. A primeira camada, chamada de “0”, seria a
internet que acessamos normalmente nos dias de hoje, os sites comuns e da nossa
rotina diária, como o Facebook ou o próprio Tecmundo, por exemplo. Subindo ao
primeiro nível, chamado de “Surface Web”, você encontraria sites com conteúdos
mais diversos e alguns fóruns que reconhecidamente aparecem com informações
novas e/ou contraditórias, como o Reddit. Seguindo a evolução, chegamos à
camada de número 2, a “Bergie Web”. Aqui se encontram servidores de FTP que
ficam mais à margem dos sites populares. Finalmente, na terceira camada, você
atinge a chamada “Deep Web”. Aqui já há conteúdos bem diferentes dos habituais,
como sites com vídeos de conteúdo pesado, fóruns de hackers, estudos
comunitários de scripts e vírus, entre outros. Essa camada, no entanto, ainda
que só possa ser acessada por meio do uso de Proxy, contém somente o material
mais acessível da Deep Web.
No submundo da internet
Há
muitos sites da Deep Web que podem ser acessados sem que você tenha o Tor
instalado. Isso, no entanto, restringe o alcance da sua navegação, deixando que
você fique “preso” aos conteúdos citados acima. Outro problema é que você
provavelmente acabará com o seu PC recheado dos mais diferentes malwares. Dessa
forma, quem se aventura por esses lados deve seguir os conselhos de quem acessa
a Deep Web com certa frequência – muitos dos quais afirmam que o Tor garante
certo grau de proteção. De quebra, ele também permite que você acesse a outra
parte dessa terceira camada. Com o Tor você já ganha acesso (caso encontre os
sites, é claro) a diversos materiais mais avançados. Há quem diga que aqui
existem fóruns extremamente técnicos sobre os mais diversos assuntos
computacionais, incluindo dados sobre cosmologia. O nível 4, chamado “Charter
Web” é uma versão mais avançada da terceira camada. Aqui, no entanto, o acesso
a materiais ilegais começa a crescer de forma vertiginosa. Sites de vendas de
drogas, vídeos banidos e extremamente ofensivos e até mesmo a chamada “Hidden
Wiki” encontram-se nesse “lugar”.
O lugar mais profundo
A
partir da quinta camada, poderíamos encontrar a chamada Mariana’s Web. O nome
teria sido inspirado nas “Fossas Marianas”, conhecido como o lugar mais
profundo dos oceanos em todo o Planeta Terra. Em um popular infográfico que
rola pela internet, nessa parte da Deep Web começam especulações sobre a
utilização de uma ferramenta chamada “Closed Shell Systems”, além de outra cujo
nome é “Polymeric Falcighol Derivation”. Isso tudo, no entanto, seriam alguns
nomes e ferramentas fictícios, criados do nada e somente para que alguns novos
e curiosos usuários acabassem fazendo papel de bobo. Brincadeiras à parte, no
entanto, é sabido que muitas páginas da rede precisam de programas e
configurações bem mais avançadas do que o Tor para serem acessadas. Esses sites
é que dariam forma à chamada Mariana’s Web. Ela também se dividiria em
categorias, trazendo a quinta, a sexta e a sétima camadas. Aqui, aquela
regrinha continuaria a mesma, ou seja, quanto mais alto o nível acessado, mais
avançados deveriam ser o usuário e as suas ferramentas. Conteúdos extremos de
todos os tipos, incluindo tutoriais para terroristas, páginas com material
adulto proibido e fóruns de assuntos inimagináveis, por exemplo, poderiam ser
encontrados nessas camadas. Até mesmo algumas lendas e teorias da conspiração
conseguem tomar forma nos confins da internet.
Os assuntos secretos da
Mariana’s Web
Mas
o que há de tão secreto na Mariana’s Web que precisa ficar escondido dessa
forma? Não existe uma resposta 100% correta sobre o assunto, por isso, não há
como apontarmos com certeza qual tipo de informação pode ser encontrado por lá.
O que se sabe é baseado em relatos de usuários experientes em Deep Web e fóruns
especializados no assunto. Segundo eles, diversos sites verdadeiramente
macabros podem ser acessados na Mariana’s Web. Como os níveis de criptografia
são bem avançados, algumas pessoas se sentem mais à vontade, vamos dizer assim,
para oferecer os seus serviços. Algumas pessoas apontam sites que
disponibilizam assassinos de aluguel. Empresas especializadas na venda de armas
proibidas e de uso estritamente militar também poderiam ser encontradas nessas
camadas mais longínquas da rede. Nessa toada mais sinistra há o comércio de
seres humanos, animais raros e órgãos. Existem, também, as partes “não
bizarras” dentro da Mariana’s Web. Alguns sites e fóruns controlados pelo
Partido Pirata Chinês, grupo que defende a liberdade de expressão dentro do
país, estão alocados nessas partes da internet.
A
troca de informações de um exército de hackers que se unem na luta contra a
pedofilia online, algo muito comum dentro da Deep Web, também aconteceria
nessas camadas mais profundas, em fóruns criados especialmente para tratar do
assunto. Há quem acredite que algumas teorias da conspiração muito famosas na
internet podem ter nascido na Mariana’s Web. Entre as especulações estão, por
exemplo, as de que a Haarp seria uma arma do exército dos Estados Unidos capaz
de controlar forças da natureza em nosso planeta. Outros falam em uso da
computação quântica por governos poderosos em todo o planeta, enquanto que há
aqueles que dizem haver livros escritos por Nikola Tesla que seriam secretos e
trariam informações sobre métodos incríveis de se obter e controlar a energia
elétrica. E você, já sabia algo sobre a Deep Web e a Mariana’s Web? Já conhecia
tais conceitos e essa divisão em camadas da parte mais secreta da internet?
Para muitos, todo o conceito que envolve as páginas escondidas e todos os seus
mistérios não passam de lendas da internet... O que você acha? Não deixe de
comentar!